Reflexão sobre Paulo Freire - Pedagogia da autonomia
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- 25 de nov. de 2014
- 3 min de leitura
Por Julio César Braga – Turma6/7 – Campus Jorge Amado

Objetiva-se no presente texto, apresentar algumas idéias de Paulo Freire bem como tecer breves reflexões sobre o papel do professor como ser autônomo no que concerne a pedagogia critica baseados nas propostas do autor.
Nossa intenção não é fazer um resumo da obra de Paulo Freire, e sim trazer para discussão alguns temas importantes que nos provoquem a mudar nosso método de ensino bem como nos dê subsídios para agir de fato como agente transformador, pautado pelo senso - critico sensibilidade, cidadania e visão de mundo interdisciplinar.
Paulo freire em seu livro “pedagogia da autonomia” estrutura seu relato em três eixos que se completam.
O primeiro relata sobre a importância do discente no processo de construção do conhecimento, e nos dá dicas de como incluir os saberes e práticas do cotidiano do aluno, utilizando-o (os saberes) como ferramenta para a melhor assimilação e aprendizagem do mesmo.
Dentre os vários tópicos deste eixo inicial, muito bem trabalhados por Freire, destacamos aqui o “Ensinar exige respeito aos saberes do educando”. Voltado mais exclusivamente para a formação de professores, Freire dá instruções para os docentes: “Porque não aproveitar a experiência que tem os alunos de viver em áreas da cidade descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos e dos córregos e os baixos níveis de bem estar das populações, os lixões e os riscos que oferecem à saúde das gentes”. Valorizar o conhecimento popular e utilizá-lo na construção do conhecimento constitui-se ferramenta eficaz para a o educador e educando.
No segundo eixo dos três apresentados, Paulo Freire versa sobre a proposta de que “Ensinar não é transferir conhecimento”, título do capitulo dois. Rever o papel do professor na aprendizagem é imprescindível, pois o conhecimento está em todo o lugar. Essa visão arcaica e defasada de que o professor era o detentor do saber, não se cria nos dias atuais. Haja vista que o conhecimento a um clique e o mundo em constante mudança - “O mundo não é. O mundo está sendo”.
As tecnologias nos possibilitam e ao aluno, acesso a todo tipo de informação. Partindo desse pressuposto, a função do educador é mediar tal conhecimento, e através de habilidades adquiridas, nortear e enriquecê-los com criticidade, bom senso e visão ampla de mundo. Destacamos o subtema – “Ensinar exige bom senso” onde Freire diz: Saber que devo respeito à autonomia, à dignidade e à identidade do educando e, a prática, procurar a coerência com este saber, me leva inapelavelmente à criação de algumas virtudes ou qualidades sem as quais aquele saber vira inautêntico, palavreado vazio e inoperante. De nada serve, a não ser para irritar o educando e desmoralizar o discurso hipócrita do educador, falar em democracia e liberdade mais impor ao educando a vontade de arrogante do mestre. É preciso despir-se do ego. Da vaidade. Entender que somos participantes um desse processo e não detentores do mesmo. O educando possui autonomia que deve ser respeitada e trabalhada livres de preconceitos e senso comum.
Por fim, o terceiro eixo apresentado por Paulo Freire, em linhas gerais, finaliza seu livro com o mesmo sistema de “regras” impostas anteriormente, onde “ensinar exige...” sempre: competência profissional, comprometimento, liberdade e autoridade, saber escutar e por fim, querer bem aos educandos. Sendo que essa ultima é inegociável. E então voltamos a questão do brilho do olhar. Do amor pelo que se faz. Ser professor regras além de todas essas regras sistemas e propostas deste livro, acima de tudo amor pela profissão. O prazer de ser o incentivador/causador de transformações no indivíduo, contribuindo par sua formação e inserção na sociedade, não mais como um elemento do meio mais um agente transformador.
Cabe ao professor ter a esperança, como diz o autor, pois sem essa esperança e sem acreditar que o professor tem a capacidade de mudar a educação, nem que seja com pequenas ações, ele passa a tornar-se apenas mais um “passador” de conteúdos, em sala de aula.
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